Junta de Freguesia de Milharado Junta de Freguesia de Milharado

História

Padroeiro:  S. Miguel

População:  5395 habitantes,  eleitores

Área: 21 Km2

Actividades económicas: Agricultura, comércio, indústria e serviços, construção civil, abate e transformação de carnes, confecção de vestuário, transportes públicos e passageiros e mercadorias, serralharia civil e metalização e zincagem

Festas e Romarias: S. Miguel (29 de Setembro), Santa Ana (26 de Julho), Nossa Senhora do Bom Sucesso (Agosto), S. João, Santíssima Trindade, festa das Vindimas, Nossa Senhora da Paz e S. Sebastião (20 de Janeiro)

Património cultural e edificado: Igreja matriz, igreja de Santa Ana, capela de S. Sebastião, moinhos, edifício da Junta, biblioteca municipal, ponte romana de Calvos, ponte românica de Ribeira, fonte de água férrea em Jeromelo e escolas primárias

Outros Locais:  Escola de equitação Vale de S. Gião e museu do folclore

Colectividades: Assoc. Cultural Desportiva de Milharado, Assoc. de Melhoramentos de Tituaria, Grupo Desp. de Roussada, Grupo Desp. de Jeromelo, Clube Desp. Pavoense, Assoc. Recreativa e Cultural da Cachoeira, Assoc. Recreativa de Calvos, Assoc. Recreativa dos Casais da Serra, Ranchos Folclóricos de S. Miguel de Milharado e "Os Saloios de Póvoa da Galega"

Gastronomia: Grelhados de carne, pão saloio, parrameiro e consoada

Artesanato: Cestaria de vime e embutidos em madeira

 Principais Actividades Económicas: Transformação de carnes, confecção de vestuário, agricultura, serralharia civil e outros serviços.


 O Milharado é hoje sede de uma das mais próperas e também das mais extensas das actuais freguesias do concelho de Mafra, de onde dista cerca de 18 kms. Pertenceu ao antigo concelho de Enxara dos Cavaleiros, extinto pelo Decreto de 24 de Outubro de 1855. As suas raízes históricas recuam longe no tempo, como o demonstram os vestígios relativos a vários momentos do Calcolítico, inicial e pleno (entre 2500 e 2000 a.C.), encontrados a cerca de 500 metros do local onde hoje se ergue a sua Igreja Matriz, e Neolíticos e Romanos, encontrados no lugar de Rólia, também próximo da sede de Freguesia. Da origem do seu nome nada se sabe, mas segundo a lenda: " Um fidalgo de passagem por esta zona, terá perguntado a um trabalhador que se encontrava na sementeira do milho, o nome deste lugar, e a quem o dito trabalhador respondeu: - Não tem nome.


Então o fidalgo ao ver o trabalhador a semear milho utilizando um arado logo disse: - A partir de agora começa-se a chamar Milho-Arado". Esta lenda poderá ter alguma legitimidade, pois sabe-se que esta zona devido ao seu clima e localização, era muito fértil em campos de milho (do Latim "Miliu") e na sua sementeira se utilizar na lavra da terra o arado (do latim "Aratru"). Do "miliu e aratru" terá derivado "Milho-Arado" e hoje "Milharado". Conta actualmente com cerca de 8000 habitantes, dispersos pelos lugares de: Arneiro, Brejos, Cabeço de Montachique, Cachoeira, Calvos, Casais dos Carriços, Casais do Forno Coelho, Casais da Serra, Casal do Abade, Casal da Mioteira, Casal da Mandinga, Casal do Pedregulho, Castelo Picão, Jeromelo, Milharado, Moinho Carvalho, Povoa da Galega, Presinheira, Ribeira, Ribeiradas, Rólia, Roussada, Semineira, Sobreira, Tituaria, Vale de Casal, Vale de S. Gião e Vila de Canas. São na maioria povoações de prometedor futuro, que se estendem a Norte entre as freguesias de Vila Franca do Rosário, Enxara do Bispo no concelho de Mafra, e Sapataria no concelho de Sobral de Monte Agraço; a Sul as freguesias de Venda do Pinheiro no concelho de Mafra, Fanhões e Bucelas no concelho de Loures, a Nascente o concelho atrás mencionado e a freguesia de Arranhó no concelho de Arruda dos Vinhos, e a Poente a freguesia da Malveira no concelho de Mafra. A agricultura é farta. A terra fértil gera os mais variados produtos.


Como consequência desta fecundidade, surge-nos uma pecuária rica, que faz da freguesia uma das principais abastecedoras da Cidade de Lisboa e outros pontos do País, em carnes de porco, especialmente os enchidos da Povoa da Galega, o segundo centro português na industria de salsicharia.

A freguesia do Milharado, tem ainda comércio vasto e completo, assim como uma industria representada por diversas fábricas de cerâmica, carpintaria, metalo-mecânicas, industria de transportes, matadouros industrias, entre os quais se encontra o maior do País em abate de suínos. Está relativamente bem servida em vias de comunicação, quer pela EN374 Lisboa – Torres Vedras, quer pela EM534 Milharado – Venda do Pinheiro, esta com ligação à Auto-Estrada n.8 Lisboa – Torres Vedras, e EN8 Lisboa – Torres Vedras.


A sua Igreja Matriz, que consoante a inscrição gravada no Púlpito, terá sido edificada em 1609. No adro existe um sólido Cruzeiro de pedra toda marchetada dos musgos centenários das redondezas, e assenta num plinto quadrangular em cujas faces se vêem gravados temas Bíblicos da "Paixão". Enobrece a fachada da Igreja, um portal manuelino, com finos colunelos e uma decoração com elementos vegetalistas. O interior é de uma só nave, com tecto de masseira de caixotes pintados. Salienta-se o retábulo da Capela-Mor do Sec. XVIII, e o revestimento azulejar. Em capítulos de escultura e alfaias em prata, a Igreja conserva alguns exemplares valiosos. De janelas rasgadas para Poente, a respirar frescura, raios de luz e de cor, Milharado é um mimoso canteiro. Basta subir a serra que lhe serve de encosta e espraiar a vista pela sua viçosa pradaria, mesclada aqui e além por tecido urbano embora conservador da ruralidade que sempre a caracterizou, para se ficar maravilhado com esta tão encantadora varanda, tão original espelho da natureza, pujante de vidam de emoção e sonho. Na linha do horizonte, aparece uma zona de colinas em forma de círculos. A serra do Socorro com o seu povoado fortificado da Idade do Ferro com vistas para todos os sentidos dos pontos cardeais, levando-nos em dias limpos a alcançar o Arquipélago das Berlengas e toda a Costa Atlântica até ao Cabo da Rocha.


A serra de Cabeço de Montachique, de onde se desfruta o denso tecido urbano da cidade de Loures e seu concelho, e mais além o de Lisboa. A serra da Malveira, de onde se avistam a magnífica aérea natural da Tapada de Mafra, que dispõe de uma rica e variada vegetação, que no seu conjunto e de diversos pontos observados, dão a quem a visita a surpresa de impressionantes panoramas. Único Parque Nacional de Caça, do nosso País, nele existe veados, gamos, javalis, lobos em cativeiro e quase todas as espécies cinegéticas indígenas, cujas populações se mantêm em nível razoável. E ao longe a majestosa Serra de Sintra, com o seu Palácio e Castelo dos Mouros.

Ali em baixo e estendendo-se pelo vale, a linda Aldeia, alegre, desanuviada e airosa, de terra fértil, gente simples, determinada, por vezes rude na sua aparência, mas de alma delicada, cordial e hospitaleira nos seus gestos, pintam uma rara beleza paisagística desta zona da "Região Saloia".


No cimo da serra que lhe serve de encosta ao seu casario, os seus Moinhos de vento com cerca de 170 anos, e ainda em elaboração, dão aquele lugar, como que um espelho da natureza, pelas vistas maravilhosas que dali se desfrutam, que aliadas à hospitalidade e cordialidade do seu povo, são o melhor postal ilustrado desta bela zona da "Região Saloia".


Pequena igreja rústica, situada dentro de uma cerca murada e à frente de cuja fachada se encontra um cruzeiro do século XVII. A igreja conserva da época quinhentista a sua porta manuelina com finos colunelos e uma decoração em enrolamentos vegetais e cachos de uva, motivos que mais tarde serão adoptados na talha dourada dos retábulos barrocos. Ao alto, no centro, o mesmo brasão, em que aparecem gravados os quatro cravos e a chaga.


Interiormente, é uma igreja de uma só nave, com tecto de masseira em largos caixotões, com pequenos ornatos pintados. Todo o seu carácter é do século XVII, época em que foi muito beneficiada, como tantas outras igrejas. Na capela-mor, o retábulo, de boa dimensão, é também do século XVII (com colunas ainda com decoração renascentista) e as paredes são forradas de painéis de azulejos do século XVIII. O frontal do altar, bem como os dos altares colaterais, são de azulejos de tipo ponta de diamante, de muito boa qualidade.


No corpo da igreja, do lado da Epístola, outro retábulo do século XVII, desta vez com colunas torsas e com os característicos painéis de largos enrolamentos vegetais do século XVII. Em frente possui outro pequeno altar.

O púlpito, datado de 1609, é de mármore, de forma circular com balaústres, e assenta sobre uma coluna de mármore róseo. O coro alto tem balaustrada de tremidos, característica da época, e do século XVII é também a pia de água benta, bem como a fonte baptismal, de linhas simples. 

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